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Título:
A ÚLTIMA PRAIA DO BRASIL
Autor: I. Boca Migotto
Formato: 14 x 21 cm.
Páginas: 202 Gênero: Romance brasileiro Publicação:
Bestiário / Rede Sina, 2023
ISBN 978-65-85039-95-6
A última praia do Brasil é um
NÃO lugar.
Isso é raro. Um país tão vasto.
Esta narrativa apanha a derradeira parte do nosso pesadelo
comum das décadas derradeiras. Quando todos tínhamos a
ilusão de que tudo acabaria como nos antigos musicais de
Hollywood, com serenatas e violinos afinados. Esta narrativa
é contada sem premura, talvez em voz baixa. Conforme o modo
gaúcho de contar histórias. Mas, quando o momento pede,
surgem os fantasmas.
Não quer dizer que esta seja uma história de fantasmas. Há
fantasmas, e mais de um, e eles espreitam em silêncio o
tempo todo, mas só entram na narrativa quando não há mais
possibilidade de outro artificio. É como um final de sonho.
No caso, o sonho de Pedro e de Ana. Professores aposentados,
com direito a um último sonho. Nada demais. Uma casa na
praia.
Essa praia, a Barra do Chuí, a última, é a mais longa praia
do Brasil. Quilômetros de vento e solidão. Pescadores
silenciosos. Tartarugas mortas. Carcaças de barcos. O vento
assobiando nas frestas. E solidão amarga.
Pedro e Ana se prepararam longamente. Escolheram a casa.
Tomaram providências para a pandemia. E da vasta noite do
Albardão surgem os fantasmas de toda uma vida. Ali ficam
frente a frente. Se observando. Cada um com sua culpa
secreta.
Este livro é uma façanha literária na sua capacidade de
reunir todos nossos medos. No seu empenho em contar com tão
pouco nossa variada fauna de horrores, Boca Migotto realiza
uma minuciosa, sutil, enigmática jornada. Acompanhá-lo nessa
estrada de areia é descobrir muito de cada um de nós. E
acertar o passo com um narrador - e cineasta - moderno,
dizendo presente no mundo futuro.
Tabajara Ruas.
Sobre o autor:
I., de Ivanir, Boca Migotto é cineasta, pesquisador,
fotógrafo e escritor. Publicitário de formação, cedo se deu
conta que estava na área certa – a Comunicação –, mas no
curso errado. Largou tudo e foi para Londres. No período em
que permaneceu na Inglaterra, frequentou cursos de cinema na
Saint Martins College of Arts and Design. Ao regressar ao
Brasil, já certo que era com cinema que trabalharia, cursou
Especialização em Cinema e Mestrado em Comunicação, ambos
pela Unisinos. Nesta mesma instituição, foi professor de
Documentário no Curso de Realização Audiovisual, onde
permaneceu por dez anos, atuando também em diversas outras
disciplinas nos cursos de Jornalismo, Comunicação Digital e
Publicidade. Também atuou como professor na Faculdade
Cenecista de Bento Goncalves.
Boca Migotto concluiu, em 2021, o doutorado em Comunicação
pela FABICO/UFRGS, com extensão na Sorbonne/Paris 3. Foi na
capital francesa que finalizou seu primeiro romance, Na
antessala do fim do mundo. A partir de então, levou a
escrita e a História mais a sério. Começou a escrever uma
coluna quinzenal para o site Rede Sina e, recentemente,
ingressou como bacharel em História na PUCRS.
Como diretor, roteirista, editor e produtor, realizou mais
de 30 curtas, médias e séries de TV, além dos documentários
em longa-metragem Filme sobre um Bom Fim (2015) – um dos
títulos mais assistidos do cinema gaúcho. Pra ficar na
história (2018), Já vimos esse filme (2017) e O sal e o
açúcar (2013) completam sua filmografia de longas-metragens. |