R$ 45,00
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Título:
ALLEGRO PASTELL Autor:
Leif Randt
Tradução: Raquel Ribas Meneguzzo e Michael Korfmann
Indicado ao
Prêmio Leipziger Buchmesse;
Indicado ao Deutsche Buchpreis;
Prêmio Mörike 2021
ISBN : 978-65-88865-23-1
Formato: 14 x 21 cm.
Páginas: 230 Gênero: Romance alemão Publicação: Class,
2021
Allegro Pastell, publicado na
Alemanha em março de 2020, foi indicado ao Prêmio da
Leipziger Buchmesse bem como ao Deutsche Buchpreis; recebeu
o prêmio Mörike 2021, além de inúmeras críticas favoráveis.
“Quinta-feira Santa, 29 de março de 2018. A Estação Central
de Frankfurt via-se inundada por um suave sol poente, os
passageiros esperando na plataforma 9 lançavam longas
sombras. Tanja Arnheim chegou de Berlim com o ICE 375
pontualmente às 18h30”. O romance Allegro Pastell, de
Leif Randt, trata da relação a distância de Jerome Daimler,
36 anos, que mora na casa dos pais em Maintal, e Tanja
Arnheim, 29, célebre autora do livro PanoptikumNeu – um
relacionamento perfeitamente sincronizado, não apenas pela
Deutsche Bahn. A relação funciona em um fluxo finamente
equilibrado, alimentado também pela distância entre os dois.
Eles são hipersensíveis em relação aos sentimentos um do
outro e projetam seus dias juntos, assim como a comunicação
online. O web designer Jerome planeja criar uma homepage
para Tanja para seu trigésimo aniversário.
A linguagem do romance de Leif Randt ‒ que, especialmente
com cenários futuros, encantou leitores e críticos em seus
romances anteriores Schimmernder Dunst über CobyCounty
(2011) e Planet Magnon (2015) ‒ é muito equilibrada e
relaxada, embora formalmente tão magnificamente construída
quanto a vida dos protagonistas, que corre sem grandes altos
e baixos.
Tanja e Jerome mantêm um bom relacionamento com o mundo
empresarial, especialmente Tanja, que joga badminton e adora
os produtos da loja Decathlon da Berlin Alexanderplatz.
Jerome elogia as tarifas justas da locadora de carros da
marca Tesla, onde ele recebe um desconto de fidelidade.
Essas duas pessoas afortunadas, atraentes, requisitadas e
bem-sucedidas estão altamente conscientes de seus
privilégios também no que diz respeito ao seu ambiente.
Tanja tem uma irmã depressiva, Sarah, que é mais jovem e
também mora em Berlim, e sua melhor amiga, Amelie,
constantemente se estressa com seu “crush” Janis.
A vida de Tanja e Jerome é extremamente bem pensada e
estruturada: desde os efeitos calculados do uso de drogas
nas festas de Berlim, as listas de Spotify e as roupas
coordenadas até o ritual do chá, no qual mesmo o silêncio
compartilhado é investido de grande significado. Ambos têm
experiência de vida suficiente para rever fases passadas e
classificá-las. Os destaques incluem o saborear momentos
presentes, como Tanja no êxtase de felicidade provocado pelo
MDMA na pista de dança do clube berlinense Griessmühle: “Era
fantástico ter um celular, era fantástico conhecer pessoas
que você amava. Nesse momento, Tanja trazia a camisa
amarrada na cintura e dançava usando um sutiã esportivo”.
Contudo, também se torna visível a pressão, conectada à
constante distinção e à consideração do olhar dos outros.
A visão sociológica de Leif Randt sobre a boemia digital nas
cidades alemãs (e européias?) é precisa e sempre transferida
de forma conscisa para sua escrita, embora o uso excessivo
de termos como girlfriend, crush ou double-date às vezes
pareça um tanto artificial. Quem viveu por algum tempo em
Berlim na década de 2010 conhece o milieu internacional e
exigente que se mantém aberto a tudo e em busca de
experiências únicas. Ao mesmo tempo, porém, é evidente que
se trata apenas de uma parte da sociedade, pois os
protagonistas são saudáveis, relativamente jovens,
bem-sucedidos, têm dentes bonitos e, com exceção de
conflitos tratáveis, não têm realmente do que reclamar. E
Leif Randt leva-os a sério, mesmo que às vezes sejam nerds
bastante estranhos.
O equilíbrio entre Tanja e Jerome se mostra tão sutil quanto
vulnerável. Enquanto uma disputa sobre a avaliação do filme
Call Me by Your Name ainda está para ser resolvida, em
função da natureza de Jerome, que prefere evitar conflitos,
Tanja se distancia dele, após sua festa de aniversário, de
forma repentina e inesperada até mesmo para ela. Ela
descobre que o seu “boyfriend”, Jerome, enerva-a. Os dois
decidem dar um tempo. Tanja inicia um relacionamento com
Janis, escreve seu novo romance e joga badminton. Jerome
medita, concentra-se em si mesmo e no presente, tem sucesso
em seu trabalho e se diverte. Além disso, ele reencontra sua
antiga paixão, Marlene. Ambos, mesmo mantendo o controle de
suas vidas, ainda sentem falta um do outro. O romance
termina no verão de 2019.
O critico Iljoma Mangold chama o romance na sua resenha no
jornal semanal Die Zeit (O agora absoluto, 11/2020[2]) o
“registro perfeito do presente” e conclui seu apelo de forma
bastante eufórica: “um novo movimento juvenil poderia
emergir desse livro […] Allegro Pastell é definitivamente um
dos livros mais importantes da literatura alemã
contemporânea desde Faserland, de Christian Kracht. Nenhum
milenial será capaz de escrever um romance no futuro sem
fazer alusão a Allegro Pastell”.
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