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Título: O APANHADOR DE ESTRELAS
Autor: Delalves Costa

ISBN 978-85-94187-32-1

Formato: digital
Gênero: Poesia
Publicação: Class, 2020

Um poeta diferenciado

Delalves Costa é um poeta diferenciado e, a princípio, por dois motivos. A seguir, fazemos duas comparações que se adaptam a sua realidade. A primeira diz respeito ao poeta maior dos ianques, Walt Whitman. Este conversou com o filósofo Ralph Waldo Emerson acerca da sua coletânea (de Whitman) Leaves of Grass, e o pensador sugeriu que o poeta passasse a vida inteira reescrevendo e republicando esses versos. Assim Whitman fez de 1855 a 1892. Delalves Costa não age rigorosamente dessa forma, contudo, a cada novo lançamento, retoma alguns poemas que reaparecem reescritos, como se pretendesse o autor atingir a perfeição. E esse é o segundo ponto que o diferencia da quase totalidade dos poetas de associações literárias ao longo do Rio Grande do Sul.
Parece que esses autores se propuseram a escrever por motivos alheios à literatura, apenas querem seus nomes em letra de forma, sair na imprensa, dar entrevista em jornal, rádio e tevê. Objetivam se tornar celebridade, embora não passe de ilusão. Membros de clubes e academias, geralmente, não têm noção do que é escrever, nem do que exige, ou seja, da dedicação de uma vida inteira. Talvez por isso não estudem, não leiam os clássicos, não se informem das noções mais básicas do fazer poético. Acham que escrever um poema é ajustar uma frase embaixo da outra como se estivessem vomitando versinhos e nem sequer se dão ao trabalho de reler o que produziram.
Com Delalves Costa é diferente: além de ler os colegas e os grandes escritores e os clássicos, conhece gramática e estuda os recursos de literatura e se encontra em permanente evolução. Já está batendo à porta do cânone da literatura gaúcha e, quem sabe, brasileira. O autor de Osório ainda vai ser um dos grandes da história do Rio Grande do Sul. Por isso escrevemos um longo ensaio a respeito da sua poética, iniciativa que já fizemos sobre Armindo Trevisan, Carlos Nejar, José Eduardo Degrazia, Jaime Vaz Brasil, Rossyr Berny, Luiz Nicanor, Borges Netto e Joaquim Moncks.
A presente coletânea O apanhador de estrelas já inicia mostrando as armas pelo título. Percorrendo um dos traços de interpretação, notamos ser o poeta um observador do dia a dia, e escolhe detalhes que poderiam se vestir de metáforas. Ademais, obedece ao conceito de Ezra Pound, segundo o qual a poesia deve ser simples e nova ao mesmo tempo (Make it new, make it simple). E trabalha com as figuras de linguagem assonâncias, aliterações, ritmos (jâmbico, anapéstico, trocaico ou dáctilo) e reflete sobre o destino ou o futuro.
O poema inicial de O apanhador de estrelas foi bem escolhido, mas talvez não fizesse diferença, porque todos mantêm o mesmo patamar. Enfim, prestem atenção nesse poeta, acompanhem o seu desenvolvimento e terão a mesma percepção que tivemos quando Delalves foi o nosso aluno na faculdade de Letras da Unicnec (na época Facos), em Osório. Está nascendo um gênio.


Por Eduardo Jablonski