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Título:
AS CIDADES CONDENADAS
Autor: José Eduardo Degrazia
Edição bilingue
ISBN: 978-65-85432-00-9
Formato: 14 x 21 Páginas: 132 Gênero: Poesia
Publicação: Invencionática, 2023
"Sim, andei muito, e continuo
andando por cidades reais e / inventadas, as minhas cidades
condenadas." (As cidades condenadas)
Nesses versos encontramos sintetizados dois dos temas
fundamentais e interligados dessa bela coletânea poética
bilíngue de José Eduardo Degrazia: a Viagem, exterior e
interior, e as Cidades que visitou, dentro e fora do Brasil.
A afirmação de que são "cidades condenadas» tem a ver –
embora nem sempre – com uma certa visão pessimista do Poeta
face ao mundo de hoje, de que conheceu a «Máquina», «os
jogos do amor, / as competições políticas», bem como "o
dinheiro e o poder», e viu «a miséria no interior do
Continente" (Paisagens internas). Uma visão pessimista que é
todo um com a «paisagem fraturada», a qual se vai «povoando
de figuras e personagens e imagens» (Idem). No entanto, para
contrabalançar este sentimento "negativo", que vem do
exterior, há tanto a memória, com a sua capacidade de "reconstuir,
pedra a pedra» (A cidade antiga), como a reelaboração
interior de tudo o que o Poeta «habita das gerações /
passadas e das coisas antigas e defuntas» e que ele quer
intensamente "trazer de novo à vida / com o sopro da [sua]
poesia». (Tudo): "O meu poema caminha a geografia, / mas
caminha mais a minha alma, / cada quilômetro é poesia".
(Tantas ruas)
Inúmeros são os Países e as cidades, sobretudo europeus,
visitados pelo Poeta e relatados na íntegra nos versos da
coletânea. Ora apenas mencionados, ora recordados juntamente
com alguns dos seus "aspectos", quer geográficos quer
históricos, ou porque deram origem a poetas, famosos e menos
famosos, que têm com José Eduardo Degrazia significativos e
importantes laços, ou de amizade, quando seus
contemporâneos, ou porque seus mestres "à distância".
Viajar é uma necessidade e um prazer, ainda mais quando há a
certeza do retorno ao lugar de origem. Isto porque: «Não
existe lugar melhor no mundo / do que a tua cidade, o teu
bairro. / A tua casa, o teu quarto, à tua mesa / navegam
todos os rios e os oceanos. // Eu, que amo A VIAGEM e
conheço / os quatro cantos do mundo – / me encantam, quando
volto à minha cidade, / o meu bairro, a minha casa, o meu
quarto, / a minha mesa onde escrevo.» (Amo as ruas do meu
bairro)
Essa cidade – como bem sabemos – é Porto Alegre, que José
Eduardo Degrazia sempre carrega no coração com profunda
saudade por onde a vida o leva: «Fora da viagem a vida não
muda de paisagem. // Porto Alegre viaja sempre comigo. Sei
que mais distante eu esteja, / mais Porto Alegre se
aproxima.» (Viagens)
Brunello Natale De Cusatis
Sobre o autor:
José Eduardo Degrazia – nasceu em Porto Alegre em 1951. É
médico oftalmologista. Como escritor tem publicados livros
de contos, poesia, novela, e infantojuvenil; entre eles
"Lavra permanente", poesia, 1975; Cidade submersa, poesia,
1979; "A urna guarani", poesia, 2004; "Corpo do Brasil",
poesia, 2011; "A flor fugaz", poesia, 2011; "Lições de
geometria fantástica", poesia, 2016; "Matemática para
centauros", poesia, 2018; "Parábola para centauros", poesia,
2019; "A nitidez das coisas", poesia, 2018; "O atleta
recordista", contos e minicontos, 1996; "A orelha do bugre",
contos e minicontos, 1998; "A terra sem males", contos; "Os
leões selvagens de Tanganica", contos e minicontos; "A
colecionadora de corujinhas", minicontos; "Deus não protege
os certinhos", minicontos, 2020; "Os últimos verdadeiros
homens", minicontos, 2021; "O reino de macambira", novela,
2005; "A fabulosa viagem do mel de lechiguana", novela,
2008; "O samba da girafa", infantojuvenil,1985; "A caturrita
cocota", infantojuvenil, 1991; "Gato e sapato",
infantojuvenil, 1997. Como tradutor do espanhol e do
italiano, publicou 14 livros, entre eles, nove de Pablo
Neruda. Principais Prêmios Recebidos: Prêmio do Biênio da
Colonização e Imigração com "Lavra Permanente", 1974; Prêmio
I Concurso Universitário de Literatura da UFRGS, 1976;
Prêmio de Conto da Revista Status, 1978; Prêmio de teatro do
SNT com a peça "A Casa dos Impossíveis", 1975; Finalista do
prêmio Nestlé de Literatura, de 1996, com "O Atleta
Recordista"; Finalista do Prêmio Açorianos com "Os Leões
Selvagens de Tanganica", 2003; Prêmio O Sul de melhor
tradução – 2006 com livros de Pablo Neruda; Prêmio narrativa
longa da Associação Gaúcha de Escritores – com a Novela "O
Reino de Macambira" – 2006; Prêmio da Academia Internacional
Mihai Eminescu da Romênia para a Obra em prosa – 2012;
Prêmio Internacional de Poesia de Trieste de 2013; Prêmio de
Poesia da União de Escritores da Moldávia. 2015; Prêmio de
Tradução da Associação de Edi-tores da Romênia – 2016;
Prêmio AGES narrativa curta, com "Deus não protege os
certinhos", 2021 e Prêmio AGES livro do ano, 2021. |