R$ 120,00
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Título:
POEMA
AZUL, Memórias do Estádio Olímpico Autores
Textos - Celso Gutfreind
Fotografias - Luiz Eduardo Robinson Achutti
ISBN:
978-65-86333-12-1
Formato: 25 x 25 Páginas: 90 Gênero: Poesias e
fotografias
Publicação: Bestiário / Casa Verde, 2024
Olímpico, eterno e perene
É importante que se diga: um entusiasta da Arena pode, sim,
sentir nostalgia pelo Olímpico, assim como gremistas de
gerações anteriores à nossa geralmente eram entusiastas do
Olímpico e tinham, ao mesmo tempo, nostalgia pelo Fortim da
Baixada.
Um sentimento não elimina o outro.
E isso, além de natural, é bom!
Não precisamos ser seres de raciocínios e sentimentos
lineares, limitados.
Quando eu, minha mulher e meus filhos fomos à linda
solenidade em que abraçamos o Olímpico numa comovida
corrente tricolor de despedida, meu filho Pedro, aos 10
anos, olhou bem nos meus olhos marejados e pediu que eu
parasse de chorar.
— Pai, a alma do Olímpico vai para a Arena!
Naquele instante, eu percebi. É apropriado conviver com
esses dois sentimentos.
Mesmo um guri de 10 anos já sabia que levaria para sempre as
lembranças dele, do pai e do avô compartilhando o mesmo amor
nas cadeiras de ferro do Olímpico.
Vejo o advento da espetacular Arena como uma espécie de
volta às origens e uma grande oportunidade de popularização
do clube, ao desbravar uma área periférica de Porto Alegre.
Por que volta às origens? Porque a Baixada, assim como a
Arena, ficava na entrada da cidade.
Sim, em 1903 o hoje sofisticado bairro Moinhos de Vento,
nome muito sugestivo (os moinhos quixotescos do imortal...),
era o limite de Porto Alegre, onde o casal Mostardeiro e
Dona Laura tinha seus bucólicos descampados repletos de
fauna e flora nativa. As avenidas 24 de Outubro e Plínio
Brasil Milano eram o “caminho dos anjos”, a estrada que
levava a Gravataí.
Mas e o Olímpico? Ah, o Olímpico...
O Olímpico, desde 1954, foi palco de um clube que, aos 51
anos, encontrava enfim sua vocação altamente popular.
Embalada pelo hino do Lupicínio Rodrigues, uma inigualável
ode à perseverança composta um ano antes, nossa cancha
abrigou inúmeros episódios épicos.
No Olímpico, vimos desfilar craques que se tornaram eternos
ídolos e hoje são lendas. Testemunhamos taças sendo
levantadas. Choramos frustrações. Gargalhamos em superações.
Abraçamos nossos pais naquele encontro geracional que o
futebol tanto possibilita.
No Olímpico, vivemos epopeias.
No Olímpico, deixamos pedaços do que sempre seremos.
Do Olímpico, jamais esqueceremos.
Neste belíssimo livro dos meus queridos amigos Celso
Gutfreind e Luiz Eduardo Robinson Achutti, é possível que
perenizemos essa linda nostalgia em poemas e fotos.
Celso é camarada desde sempre. Somos contemporâneos do
Colégio Israelita Brasileiro.
Achutti é parceiro de incursões jornalísticas, eu repórter
de texto e ele, fotográfico.
Neste livro, vejo ambos se encontrarem e me trazerem parte
importante do que sou.
Viver o Olímpico, na poesia das palavras e das imagens, é
uma dádiva.
Sigam adiante, porque o resultado é comovente.
É lirismo à altura do que vivemos.
Nós merecemos. O Olímpico merece.
Léo Gerchmann.
Sobre os autores:
Celso Gutfreind nasceu em Porto Alegre, em 1963. Tem
46 livros publicados, entre poemas, crônicas, contos
infantojuvenis e ensaios sobre psicanálise. Participou de
diversas antologias no Brasil e no exterior (França,
Luxemburgo e Canadá). Tem textos traduzidos para o francês,
inglês, espanhol, chinês, e seus livros Narrar, ser mãe, ser
pai e Tesouro secundário foram editados na França. É
colunista da revista Estilo Zaffari. Finalista em catorze
ocasiões, Celso recebeu, em 1993, o Prêmio Açorianos e o
Henrique Bertaso, com poesia. Recebeu o Açorianos novamente,
em 2021, no gênero infantojuvenil, além dos prêmios Passo
Fundo de Literatura e Troféu Carlos Urbim, da Academia
Rio-Grandense de Letras. Foi eleito patronável da Feira do
Livro de Porto Alegre em seis oportunidades. Agraciado sete
vezes com o Livro do Ano da Associação Gaúcha de Escritores,
também foi finalista do Prêmio Jabuti 2011 e escritor
convidado do Clube de Escritores Ledig House, em Omi (EUA),
1996. É psiquiatra e psicanalista de adultos e crianças pela
Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre. Pela
editora Bestiário/Class, publicou o livro A porta do chapéu
– crônicas em Paris. E, last but not least, Celso Gutfreind
é gremista.
Luiz Eduardo Robinson Achutti nasceu em Porto Alegre,
em 1959. Fotógrafo há 50 anos, tem mais de cinquenta
exposições, entre coletivas e individuais, além de oito
álbuns publicados e quatro livros. Com Marcia Tiburi,
publicou, em 2012, Diálogo/Fotografia. Integra a Coleção
Pirelli/ Masp de fotografia contemporânea. Ganhou o Prêmio
Especial de Originalidade Ensaio Fotográfico do II Concurso
Pierre Verger 2004, o de Fotógrafo do Ano, o Prêmio Hercules
Florence da prefeitura de Campinas. Antropólogo, é mestre
pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e
doutor pela Universidade de Paris 7 Denis – Diderot. É
professor titular do Departamento de Artes
Visuais do Instituto de Artes da Ufrgs. Em 2000, Achutti e
Celso foram parceiros no livro Le Bois de Boulogne - elogio
da miopia e outras visões. E, last but not least, Achutti é
gremista. |