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Entrega em 29 de maio

 

Título: POEMA AZUL, Memórias do Estádio Olímpico
Autores
Textos - Celso Gutfreind
Fotografias - Luiz Eduardo Robinson Achutti

ISBN: 978-65-86333-12-1

Formato: 25 x 25
Páginas: 90
Gênero: Poesias e fotografias
Publicação: Bestiário / Casa Verde, 2024

Olímpico, eterno e perene

É importante que se diga: um entusiasta da Arena pode, sim, sentir nostalgia pelo Olímpico, assim como gremistas de gerações anteriores à nossa geralmente eram entusiastas do Olímpico e tinham, ao mesmo tempo, nostalgia pelo Fortim da Baixada.
Um sentimento não elimina o outro.
E isso, além de natural, é bom!
Não precisamos ser seres de raciocínios e sentimentos lineares, limitados.
Quando eu, minha mulher e meus filhos fomos à linda solenidade em que abraçamos o Olímpico numa comovida corrente tricolor de despedida, meu filho Pedro, aos 10 anos, olhou bem nos meus olhos marejados e pediu que eu parasse de chorar.
— Pai, a alma do Olímpico vai para a Arena!
Naquele instante, eu percebi. É apropriado conviver com esses dois sentimentos.
Mesmo um guri de 10 anos já sabia que levaria para sempre as lembranças dele, do pai e do avô compartilhando o mesmo amor nas cadeiras de ferro do Olímpico.
Vejo o advento da espetacular Arena como uma espécie de volta às origens e uma grande oportunidade de popularização do clube, ao desbravar uma área periférica de Porto Alegre.
Por que volta às origens? Porque a Baixada, assim como a Arena, ficava na entrada da cidade.
Sim, em 1903 o hoje sofisticado bairro Moinhos de Vento, nome muito sugestivo (os moinhos quixotescos do imortal...), era o limite de Porto Alegre, onde o casal Mostardeiro e Dona Laura tinha seus bucólicos descampados repletos de fauna e flora nativa. As avenidas 24 de Outubro e Plínio Brasil Milano eram o “caminho dos anjos”, a estrada que levava a Gravataí.
Mas e o Olímpico? Ah, o Olímpico...
O Olímpico, desde 1954, foi palco de um clube que, aos 51 anos, encontrava enfim sua vocação altamente popular. Embalada pelo hino do Lupicínio Rodrigues, uma inigualável ode à perseverança composta um ano antes, nossa cancha abrigou inúmeros episódios épicos.
No Olímpico, vimos desfilar craques que se tornaram eternos ídolos e hoje são lendas. Testemunhamos taças sendo levantadas. Choramos frustrações. Gargalhamos em superações. Abraçamos nossos pais naquele encontro geracional que o futebol tanto possibilita.
No Olímpico, vivemos epopeias.
No Olímpico, deixamos pedaços do que sempre seremos.
Do Olímpico, jamais esqueceremos.
Neste belíssimo livro dos meus queridos amigos Celso Gutfreind e Luiz Eduardo Robinson Achutti, é possível que perenizemos essa linda nostalgia em poemas e fotos.
Celso é camarada desde sempre. Somos contemporâneos do Colégio Israelita Brasileiro.
Achutti é parceiro de incursões jornalísticas, eu repórter de texto e ele, fotográfico.
Neste livro, vejo ambos se encontrarem e me trazerem parte importante do que sou.
Viver o Olímpico, na poesia das palavras e das imagens, é uma dádiva.
Sigam adiante, porque o resultado é comovente.
É lirismo à altura do que vivemos.
Nós merecemos. O Olímpico merece.

Léo Gerchmann.

Sobre os autores:
Celso Gutfreind nasceu em Porto Alegre, em 1963. Tem 46 livros publicados, entre poemas, crônicas, contos infantojuvenis e ensaios sobre psicanálise. Participou de diversas antologias no Brasil e no exterior (França, Luxemburgo e Canadá). Tem textos traduzidos para o francês, inglês, espanhol, chinês, e seus livros Narrar, ser mãe, ser pai e Tesouro secundário foram editados na França. É colunista da revista Estilo Zaffari. Finalista em catorze ocasiões, Celso recebeu, em 1993, o Prêmio Açorianos e o Henrique Bertaso, com poesia. Recebeu o Açorianos novamente, em 2021, no gênero infantojuvenil, além dos prêmios Passo Fundo de Literatura e Troféu Carlos Urbim, da Academia Rio-Grandense de Letras. Foi eleito patronável da Feira do Livro de Porto Alegre em seis oportunidades. Agraciado sete vezes com o Livro do Ano da Associação Gaúcha de Escritores, também foi finalista do Prêmio Jabuti 2011 e escritor convidado do Clube de Escritores Ledig House, em Omi (EUA), 1996. É psiquiatra e psicanalista de adultos e crianças pela Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre. Pela editora Bestiário/Class, publicou o livro A porta do chapéu – crônicas em Paris. E, last but not least, Celso Gutfreind é gremista.

Luiz Eduardo Robinson Achutti nasceu em Porto Alegre, em 1959. Fotógrafo há 50 anos, tem mais de cinquenta exposições, entre coletivas e individuais, além de oito álbuns publicados e quatro livros. Com Marcia Tiburi, publicou, em 2012, Diálogo/Fotografia. Integra a Coleção Pirelli/ Masp de fotografia contemporânea. Ganhou o Prêmio Especial de Originalidade Ensaio Fotográfico do II Concurso Pierre Verger 2004, o de Fotógrafo do Ano, o Prêmio Hercules Florence da prefeitura de Campinas. Antropólogo, é mestre pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e doutor pela Universidade de Paris 7 Denis – Diderot. É professor titular do Departamento de Artes Visuais do Instituto de Artes da Ufrgs. Em 2000, Achutti e Celso foram parceiros no livro Le Bois de Boulogne - elogio da miopia e outras visões. E, last but not least, Achutti é gremista.