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Título:
INVENTAÇÃO DA INFÂNCIA Autor:
Carlos Nejar
PRÊMIO AÇORIANOS
DE LITERATURA
ISBN: 978-65-88865-47-7
Formato: 14 x 21 Páginas: 122 Gênero: Poesia
Publicação: Bestiário / Class, 2021
No panorama da moderna poesia brasileira, Nejar ocupa
uma posição consolidada. Sob vários aspectos, na
contracorrente de suas tendências mais evidentes. O poeta
prefere para dialogar, as grandes vozes da lírica ocidental
(Dante, Goethe, e, mais próximos, Pound e Eliot) às dos seus
contemporâneos, sem esquecermos o fascínio que lhe desperta
o que po deríamos denominar “discursos fundadores”: a
Bíblia, a Ilíada, Os Lusíadas – não para celebrar,
confortavelmente a segurança de uma origem, mas, pelo
contrário, para indagar o que há aquém do zero, ou na ponta
oposta do futuro, para prescrutar o que se esconde para além
do invisível. Verbo dos deslimites, na coabitação de tempos
antagónicos, de geografias díspares, concretas e impalpáveis
(“Nos sentamos na tora de um milénio”). Verbo porta-voz dos
ventos, dos abalos sísmicos, que se alça ao tom profético e
místico (“Tudo é continuação de outra continuação mais
inefável: Deus”), mas verbo que também sabe infectir-se na
dicção intimista das canções à bem-amada Elza: “Provados
somos e o provar é um gomo / desta romã partida pelas
águas./ Somos o fruto, somos a dentada / e a madureza de ir
no mesmo sonho”). Mas, sobretudo, palavra movida pela
paixão, pelo apelo e apego ao outro, pela solidariedade aos
que, perdendo memória e identidade, a recuperam memória e
identidade, a recuperam pela invenção do passado e pela
promessa de um futuro forjado contra o olvido e contra o
precário
(...). A idade da aurora recria miticamente um Brasil de
cores, sons, aromas, sob forma de uma fábula arquetípica a
que não faltam traços de oralidade aliados à sofisticada
trama de imagens. (...) Nejar é também ficcionista,
dramaturgo e ensaísta (...) e oferece ao leitor da língua
portuguesa o melhor da obra de um dos seus mais importantes
poetas.
Antônio Carlos Secchin,
Revista Colóquio/Letras, nº 159/160,
jan.-jun. de 2002, Lisboa, Portugal.
Sobre o autor:
Carlos Nejar, no ano de 2020, completou sessenta anos de
literatura, com a publicação de O Evangelho segundo o
vento (ficção); Sélesis; Livro de Silbion
(poesia) e A tribo dos Sete Relâmpagos (romance). O
escritor gaúcho, traduzido em várias línguas, tem sido
estudado em universidades do Brasil e do exterior. Foi
indicado, no ano de 2019, ao Prêmio Nobel de Literatura, com
apoio da Academia Brasileira de Filosofia, Academia de
Letras de Brasília, Pen Clube e inúmeras instituições
culturais do Brasil e do Exterior. |