
PRÉ-LANÇAMENTO
R$ 52,00
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Título:
Inventário das estações
Poesia japonesa, de 1500 a
1775
Organização e tradução:
Roberto Schmitt-Prym
Organização e anotações
poéticas:
Marli Silveira
Formato: 14 x 21 cm.
Páginas: 112 Gênero: Poesia japonesa Publicação:
Bestiário, 2025
ISBN 978-65-6056-180-9
O haicai, como é conhecido
hoje, tem suas raízes no Japão medieval, surgindo a partir
de uma prática poética coletiva chamada renga — sequências
colaborativas de estrofes alternadas. No século XV, por
volta de 1450, emergiu uma forma mais leve e humorística
dessa tradição, chamada “haikai no renga” ou simplesmente
haikai, que explorava temas do cotidiano, cenas populares e
um humor muitas vezes irreverente, rompendo com a rigidez
aristocrática da poesia clássica (waka). Nesse período (até
1600, período de Formação), o haikai ainda fazia parte do
renga, especialmente no formato de hokku — a estrofe de
abertura. Os hokku começaram a ganhar autonomia,
destacando-se por sua capacidade de, em três versos (5-7-5
sílabas), capturar a essência de uma cena, de uma estação ou
de um momento efêmero. Nomes como Yamazaki Sôkan (1465–1553)
foram fundamentais nesse desenvolvimento. Seus poemas
misturavam humor, sátira social e cenas triviais,
afastando-se do tom elevado da corte. No século XVII
(período de Consolidação), o haikai atingiu seu auge
artístico com Matsuo Bashô (1644–1694), que levou essa
prática a uma profundidade filosófica e estética inédita.
Bashô refinou o haikai, conferindo-lhe um espírito de
contemplação, simplicidade e integração com a natureza,
baseado nos conceitos estéticos do wabi-sabi (beleza da
imperfeição, da simplicidade e da transitoriedade). Bashô
transformou o hokku em uma forma capaz de captar tanto o
sublime quanto o ordinário, registrando instantes poéticos
por meio de um repertório reduzido de palavras, mas sem
implicar, a concisão, o empobrecimento da reflexão e da
profundidade inscrita na métrica do haikai. É dessa linhagem
que nasce, posteriormente, o haiku moderno, já desvinculado
do renga. O livro Inventário das estações, a partir dessa
breve apresentação, repercute a tradução de haicais de 50
poetas japoneses, do primeiro período (1500 a 1750), e de
anotações poéticas suscitadas pela leitura dos mesmos. As
anotações não são interpretações ou comentários dos haicais,
mas o resultado de um encontro entre verves poéticas que
explicitam um vagar criativo embriagado do vigor originário
que nos mantêm na clareira do ser.
Autores
DOS POEMAS HAICAIS:
Iio Sogi (1421-1502)
Yamazaki Sôkan (1465-1553)
Arakida Moritake (1473-1549)
Kano Sanboku (1559-1635)
Yamazaki Sokan (1465-1553)
Matsunaga Teitoku (1571-1653)
Ishida Mitoku (1587/88-1669)
Nonoguchi Ryûho (1595-1669)
Yasuhara Teishitsu (1610-1673)
Matsue Shigeyori (1602-1680)
Nishiyama Sôin (1605-1682)
Ihara Saikaku (1642-1693)
Anônimo (Contemporâneo de Bashô)
Matsuo Bashô (1644-1694)
Den Sutejo (1633-1698)
Mukai Kyorai (1651-1704)
Naitô Jôsô (1662-1704)
Kitamura Kigin (1624-1705)
Hattori Ransetsu (1654-1707)
Takarai Kikaku (1661-1707)
Kawai Sora (1649–1710)
Hirose Izen (1648-1711)
Hojo Dansui (1663-1711)
Ichû Okanishi (1639-1711)
Nozawa Bonchô (1640-1714)
Morikawa Kyoroku (1656-1715)
Konishi Raizan (1654-1716)
Yamaguchi Sodo (1642-1716)
Yamamoto Kakei (1648-1716)
Kawai Chigetsu (1634-1718)
Tachibana Hokushi (1665-1718)
Ikenishi Gonsui (1650-1722)
Hanabusa Itcho (1652-1724)
Shiba Sonome (1664-1726)
Ikutama Kimpû (1667-1726)
Hattori Tohô (1657-1730)
Kagami Shikô (1665-1731)
Sugiyama Sampû (1647-1732)
Imbe Rotsû (1649-1738)
Uejima Onitsura (1661-1738)
Ochi Etsujin (1656-1739)
Shida Yaba (1663-1740)
Genshô (1684-1742)
Mugaibô Ensetsu(1671-1743
Ogawa Haritsu (1663-1747)
Tachiba Fukaku (1662-1753)
Shofu-ni ou Ogawa Shofu (1669-1758)
Matsuki Tantan (1674-1761)
Shirai Chosui (1701-1769)
Fukuda Chiyo-ni (1703-1775) |