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Título:
Invisíveis – o lugar de indígenas e negros na
história da imigração alemã
Autores: Gilson Camargo e Dominga Menezes
Apresentação de Luís Augusto Fischer
Formato: 16 x 23 cm.
Páginas: 208 Gênero: Livro-reportagem com encarte de
fotos Publicação:
Carta Editora, 2024
ISBN 978-65-88164-07-5
O livro resgata registros
históricos da presença milenar de indígenas que circulavam
pelo território que um dia seria o Rio Grande do Sul e
faziam do Vale do Sinos parte do seu território, bem como
demonstra que São Leopoldo já era habitada por negros
escravizados trazidos de diversas partes do continente
africano, assim como os portugueses residentes.
“A entrada de imigrantes de fala alemã em uma região onde já
estavam estabelecidos imigrantes portugueses, para onde
foram trazidos africanos escravizados e que era território
de itinerância de povos indígenas, não ocorreu de forma
pacífica e ordeira. São fartos os registros sobre dominação,
conflitos, violência e mortes na relação entre o colono
alemão e cada uma das etnias. Os relatos desses encontros
nada pacíficos são invariavelmente feitos do ponto de vista
dos imigrantes”, descrevem os autores às páginas 50 e 51.
“Certas escritas da história ao longo do tempo têm
apresentado uma versão que ignora a ocupação do Vale do
Sinos em período anterior a 1824. A região, entretanto, era
ocupada, desde tempos imemoriais, por grupos indígenas hoje
denominados Kaingang e, ao longo do século 18, foi ocupada
por proprietários de terra, pequenos lavradores e posseiros
luso-brasileiros, até que, em 1788, a Real Feitoria do Linho
Cânhamo”foi transferida de Canguçu para São Leopoldo, afirma
o historiador Ricardo Charão, autor do prefácio.
Para ele, “não há como dar crédito a versões que apresentam
a chegada das primeiras levas de imigrantes como uma
epopeia, uma narrativa que versa sobre a trajetória de
heróis. Não se está a minimizar todas as dificuldades
vividas pelos imigrantes de fala alemã. Todavia, não é
possível mais sustentar versões como aquela explicitada no
hino do município de São Leopoldo, em que se lê: “Louro
imigrante, só a natureza/ Te viu chegar para trabalhar aqui/
E o Gigante Vale,/ com certeza se engalanou para esperar por
ti”. Na medida em que apenas a “natureza” presenciou a
chegada dos imigrantes, está a se afirmar que a região era
desabitada”, pondera.
A segunda parte da publicação é dedicada à análise da
influência que a tradição germânica exerceu sobre o
município e a sua população. Por meio de entrevistas, os
autores apresentam um mapeamento das ações dos governos ao
longo das últimas décadas, marcadas por narrativas de
exaltação da germanidade em detrimento de outros povos e
também mostra que houve um rompimento gradual dessa lógica
com o surgimento de políticas públicas de inclusão e
participação a partir da criação da Secretaria de Cultura.
Sobre os autores:
Dominga Menezes, 62 anos, é jornalista com mais de 30
anos de experiência em jornalismo diário, assessoria de
imprensa parlamentar e gerenciamento de projetos de
comunicação social e corporativa. É sócia-fundadora e
editora da Carta Editora e coordenadora editorial do livro
Invisíveis.
Gilson Camargo, 61 anos, é jornalista com experiência
em reportagem e edição, desde 1986, em jornais diários
(Diário do Sul, Grupo Sinos, Zero Hora, O Sul, Correio do
Povo) e assessorias de imprensa. Fez reportagens especiais
em Cuba em 1988 e no Xingu, em 1999. Atualmente é repórter e
um dos editores executivos do Jornal Extra Classe, veículo
editado pelo Sinpro/RS, pelo qual conquistou nove prêmios de
jornalismo. É projetista gráfico e editor da Carta Editora. |