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Título:
TRÊS POETAS EM MINASE Autores:
Sôgi, Shôhaku, Sôchô
Tradução: Andrei Cunha, Karen Kawana
e Roberto Schmitt-Prym
ISBN: 978-65-88865-58-3
Formato: 14 x 21 Páginas: 236 Gênero: Poesia
japonesa
Publicação: Bestiário / Class, 2021
A mais bela sequência
poética
Andrei Cunha
O poema encadeado japonês (renga) surgiu na Corte Imperial
da Era Heian (794–1185), mas só veio a se desenvolver
plenamente como forma na Idade Média. Encontramos sequências
poéticas, trovadores, repentistas, ou ainda versos
encadeados, em diversas culturas do mundo, mas a variedade
japonesa apresenta características inexistentes em outras
histórias literárias — em especial, a codificação de regras
para o jogo criativo que aproximam esse fazer artístico do
mundo dos esportes de equipe mais complexos, como o futebol
contemporâneo.
Inicialmente, o hábito de compor esse tipo de sequência
poética era visto como um passatempo menos sério do que a
composição do waka (“poema japonês” propriamente dito). A
primeira “idade de ouro” do poema encadeado corresponde à
era do regente Nijô Yoshimoto (1320–1388), que conferiu
prestígio ao renga, propondo critérios de excelência e
organizando a primeira coletânea de poemas encadeados
“sérios”, o Tsukubashû (c. 1356). A sequência que
apresentamos neste livro, Três poetas em Minase (1488),
corresponde a uma segunda fase da evolução do gênero e foi
considerada, desde a época de sua composição, como exemplo
de excelência, ao combinar uma igual atenção ao formato do
jogo e ao estilo poético dos versos. Nas gerações seguintes,
graças ao refinamento de sua arte e ao uso que foi feito
desse texto como material didático no ensino de composição,
a obra de Sôgi, Shôhaku e Sôchô consolidou sua posição de
destaque no cânone literário japonês.
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