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Título:
MÚSICA DE CÂMARA
Autor: James Joyce
Tradução: Yves Veiga
ISBN:
978-65-98045-79-1
Formato: 14 x 21 Páginas: 116 Gênero: Poesia
Publicação: Poesia pelo mundo, 2024
Publicado em 1907, Música de Câmara é o primeiro livro de
James Joyce (1882-1941). Em uma relação de amor e ódio,
Joyce desejou que os poemas desse livro fossem musicados por
um compositor, mas também considerou-os “pobres e triviais”.
A crítica seguiu, de modo semelhante, uma trajetória que foi
da consideração superficial à rejeição total desta obra que
é rica e merece ser considerada por si só. Composta por 36
poemas, a partir de esquemas métricos e rímicos quase sempre
regulares, o autor narra uma história de amor singular; um
amor que é acompanhado pelos movimentos da natureza, das
estações e dos humores de um narrador-cantor (Joyce era
tenor) às vistas com sua amada. Com uma forma considerada
clássica, valendo-se de recursos formais utilizados por
outros autores, sua obra foi inicialmente elogiada pelas
virtudes musicais e sonoras – sendo comparada à poesia de
Verlaine –, caindo, depois, em relativo esquecimento,
servindo, quando muito, como explicação biográfica para
confirmar o interesse de Joyce por certos temas. Em relação
ao seu título, aparentemente óbvio e inexpressivo, o autor
também manifestou desagrado, achando-o “muito complacente”,
preferindo outro, “que até certo ponto repudiasse o livro,
sem depreciá-lo totalmente”. Um de seus biógrafos divulgou
uma versão pouco nobre para a origem de título tão singelo e
comum: em um jantar, na companhia de uma viúva e de amigos,
Joyce teria lido poemas de Música de Câmara a todos, que
estavam bebendo cerveja. A viúva teria ido para trás de um
biombo aliviar-se em um penico (chamber pot, em inglês).
Algumas passagens de seus poemas também têm chamado a
atenção para possíveis ambiguidades, aludindo a gestos
sensuais, masturbação e sexo. Para alguns, escrevendo Música
de Câmara sob o signo da ironia, valendo-se de formas
clássicas e discorrendo sobre um tema tão comum em poesia,
Joyce teria se aproveitado da complacência de um público
ávido por lirismo para versar sobre temas tabu, sob o
disfarce mais sério da poesia.
Sobre o autor:
James Joyce - Escritor irlandês (1882-1941). De educação
judaica, passou grande parte da sua vida fora da Irlanda,
trabalhando como professor. Em 1902, foi a Paris estudar
Medicina, mas abandonou o curso para dedicar-se à
Literatura. No ano seguinte voltou a Dublin e, em seguida,
mudou-se para Zurique e depois para Trieste, onde se
sustenta dando aulas de inglês. Suas primeiras experiências
literárias são conservadoras, marcadas pela influência do
realismo de Ibsen e pelos simbolistas. É o caso dos poemas
de “Música de câmara” (1907), seu primeiro livro. Em 1914,
publicou a coletânea de contos “Dublinenses” e, em 1916,
Retrato do artista quando jovem, reminiscências da sua
infância e adolescência em Dublin e que já adianta
procedimentos desenvolvidos em “Ulisses”, obra publicada em
1922, na França. O livro foi proibido no Reino Unido e nos
Estados Unidos, onde só foi liberado em 1936. Joyce passou
os seus últimos dezessete anos fazendo experiências com a
linguagem e a escrita. Sua última obra é F”innegans Wake”
(1939), na qual levou às últimas consequências as inovações
estéticas e linguísticas apresentadas em “Ulisses". |