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Título: O QUE FICAR DESPERTA
Autor: Gerson Nagel

ISBN: 978-65-84571-32-7

Formato: 14 x 21
Páginas: 120
Gênero: Poesia
Publicação: Bestiário / Class, 2022

Viver é um ínfimo momento, a escrita, uma caneta em punho, abrindo frestas, para o bem-dizer do olhar, e assim parte Gerson Nagel, no seu périplo entre as nuvens do muito mais alto que o céu, para nos presentear com este O que ficar Desperta. Livro da lavra de ouro deste parceiro de versos e vida que nos convida a divagar, devagar, entre seus versos veros, simplicidade complexa de cuidadoso burilar. E, com muita honra, escrevo estas linhas para o pé da orelha do livro, como se me desse a oportunidade de morder o lóbulo do leitor e chama-lo à vista desses poemas que passo em revista, para alegria e júbilo. Túrgido como um mamilo reteso, arrepiado de erotismo e filosofia, deixemo-nos à guia de Nagel, poeta experimentado, desassossegado como Pessoa, marginal como Wally Salomão, cálido como cabe aos melhores da grei. Sem lei nem olvido, poeta das carnes expostas até o osso, do pedregoso ao veludo. Taludo no que concerne, suave, se na epiderme acaricia sua amada. Poeta dileto das fadas, que trazem Poesia. Sua lira, estridente, ranger da gargalhada nos dentes, e uma faca entre eles, se preciso. Apuro do poema trabalhado parecendo improviso. Nítido, no sentir e falar entre as brumas do olhar. Em suma, um poeta necessário nesses tempos de arrefecimentos do sentir, coração sem cimento, carmim das fibras expostas, respostas para as perguntas sem-fim. E assim se vai Nagel, admirável, sucinto, golpe de lâmina nas carótidas, e as cascatas rubi que senti.
O que ficar Desperta nos faz acordar para a vida gregária da qual a peste nos tolheu. Humanos, demasiadamente humanos, como Nietzsche, Nagel oferece-nos este sentimento acolhedor, na surpresa, de que nunca poderemos ser as presas da acomodação. Abstração e ação na tessitura de cada poema, como deve ser em Poesia. E, neste livro, estamos à frente de um autor maduro, burilado na experiência estética, agitador cultural, poeta, artista que nos brinda com uma poesia de qualidade ímpar, necessária, essência para além das ciências, sentires garimpados deste seixo imenso que é o ser, sem tirar nem pôr, sem regras nem limites, como se a dizer-se à alma: Irmã, estamos quites!
Evoé, Gerson Nagel! Evoé, O que ficar Desperta! E vida longa, à obra e ao Poeta!

Fábio Amaro, poeta.

Sobre o autor:
Gerson Nagel é pisciano, santa-cruzense bem criado, agitador cultural e poetadvogado, há muito radicado em Porto Alegre – RS. Graduado em Ciências Jurídicas e Sociais pela PUCRS, atua como advogado trabalhista e, como bolsista, iniciou curso de pós-graduação em Advocacia Cível, pela ESA – FMP. Sob sua coordenação, desde 2015, produz as edições da Revista Escriba digital, um coletivo poético. Em 2017 fez estreia com o livro Prometo não invejar as gargalhadas, pela Tiro de Letras editora, da qual é fundador. Participa das antologias Histórias do Trabalho (2009), Poemas nos ônibus e nos trens (2016), Prêmio Lila Ripoll (2016 e 2018), da revista Gente de Palavra (Poa – RS), portal literário O Bonde (Curitiba – PR) e, dos coletivos Poesia! Santa Cruz e Sarau da Invencionática. Em 2020 executou o projeto Ping Pong Poético, contemplado pelo edital de auxílio emergencial à Cultura, disponível nas plataformas digitais e redes sociais do autor. Em 2021 ano recebeu o Prêmio Trajetória Criativa, pelo Plano Municipal do Livro e da Leitura (PMLL), da prefeitura de Porto Alegre – RS. Quando não está pedalando pela orla da cidade, visita estrelas e possui o estranho hábito de colecionar marcadores de páginas. O livro "O que ficar Desperta" é o seu segundo voo solo na poesia. Desperta-se!