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Título:
ROCHEDOS TAMBÉM CHORAM
Autora: Lilian Rocha
ISBN: 978-6585432-06-1
Formato: 14 x 21 Páginas: 132 Gênero: Poesia
Publicação: Invencionática, 2023
"Rochedos também choram? Sim,
Lilian Rocha tira água das pedras. Somente às poetisas é
permitido fazer mágica com as palavras. E é preciso ter
sensibilidade para compreender metáforas. A poesia não é
para qualquer leitor. Mas, é possível olhar pedra e ver
água, contradizendo Adélia Prado. Acompanhando de perto a
carreira literária de Lilian Rocha, vejo um grande
amadurecimento de sua obra. Entre as partes de Rochedos
também choram: Poeira, Areia, Pedra e Rocha, constato que A
vida pulsa e que não é só o título do seu livro de estreia
(2013), mas um projeto filosófico. A eu lírica assume sua
vulnerabilidade diante das grandes tragédias do nosso tempo.
O isolamento é um desafio para quem precisa de “calor no
corpo”, “brilho nos olhos”, “abraços” e “beijos”. A estiagem
da natureza é também a do corpo que quer provar “a seiva da
vida” e celebrar o “gozo”. Também faz parte do projeto
ideológico da autora, lutar contra a “Necropolítica”,
conceito do filósofo camaronês Achille Mbembe, que desvela o
projeto neocolonialista de fortalecer políticas de morte,
ditando quem pode viver e quem deve morrer. Desde Negra Soul
(2016) e Menina de Tranças (2018), a poetisa usa a palavra
como denúncia e como uma pedrada no espelho narcísico da
branquitude. A metáfora da água aparece nos olhos da
viajante, da andarilha, da observadora do mundo, duro como
pedra. A lágrima, a chuva, o mar, tudo é efêmero para quem
tem a sabedoria dos ciclos da vida. A saudade da infância é
nostalgia, mas também desejo de sonho, de esperança de
futuro. A maturidade de seus poemas foi calcada no tempo. A
sabedoria de sua espera nas páginas desse livro me trouxe à
mente a imagem de uma ampulheta de areia, antigo medidor de
tempo e ensinador da paciência. A eu lírica soube atravessar
desertos e conversar com seus demônios. A estética
afrodiaspórica evoca Xangô, orixá da justiça, conhecido por
habitar as pedreiras. A autora já havia pedido licença,
licença poética em Agô (2022) aos orixás e yabás do grande
terreiro Brasil. Com suas ervas, velas, cantos e danças vêm
curando nosso povo negro do insistente banzo em nossos
corações. “Onde tem pedra, tem água”, e rochedos também
choram poesia. Ana Dos Santos, escritora, professora e
doutoranda em Pós-colonialismo e Identidade (UFRGS)"
Sobre a autora:
Lilian Rocha é natural de
Porto Alegre. Analista Clínica (UFRGS), Musicista (Liceu
Palestrina), nasceu poeta e tem quatro livros autorais: A
Vida Pulsa - Poesias e Reflexões (Alternativa, 2013), Negra
Soul (Alternativa, 2016), Menina de Tranças (Taverna, 2018)
e Agò (Instituto Estadual do Livro, 2022). Coautora do livro
Leli da Silva- Memórias: A Importância da História Oral
(Alternativa, 2018). Membro da Coordenação do Sarau Sopapo
Poético - Ponto Negro da Poesia, Diretora de Relações
Sociais da Academia de Letras do Brasil- Seccional RS, Vice-
Presidente Social da Associação Gaúcha de Escritores
(2023/2024), Conselheira Fiscal da Sociedade Partenon
Literário e membro de inúmeras agremiações literárias
nacionais e internacionais. Patrona da Feira do Livro de
Canoas/ RS em 2021. |