R$ 38,00
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Título:
SALOMÉ Autor:
Oscar Wilde
Tradução: Juann Acosta
FINALISTA
PRÊMIO MINUANO 2022
ISBN : 978-65-88865-24-8
Formato: 14 x 18 cm.
Páginas: 118 Gênero: Teatro
Ilustrações: Aubrey Beardsley Publicação: Class, 2021
A história da Salomé de
Oscar Wilde (Dublin, 1854 - Paris,1900) pode ter seu início
em Paris, quando o escritor aí se refugia, entre novembro e
dezembro de 1891, para escrever sua primeira e única
tragédia em francês e, possivelmente, seu trabalho mais
polêmico. Mas poderíamos dizer que ela começa uns meses
antes, em junho desse mesmo ano, quando Wilde conhece o
jovem Lord Alfred Douglas - aquele que viria a ser, além de
seu irrequieto amante que o levaria à ruina, o tradutor de
Salomé para a língua inglesa. Enfin... A tragédia Salomé
destoa tanto em forma quanto em conteúdo das demais peças do
autor irlandês. É uma incorporação de desejo, poder e
erotismo à luz da lua, cuja aparência é constantemente
mencionada por vários personagens ao longo da história. A
jovem Salomé possui uma beleza capaz de levar os homens à
perdição. Quem ousa olhá-la é tomado por um misto de
atração, medo, terror e desejo.
Salomé é uma releitura da história bíblica de João
Batista, quando este é capturado a mando de Herodes,
tetrarca da Judeia. O trecho encontra-se no novo testamento
em Mateus 14:1-11 e Marcos 6:17-28. Na passagem do
evangelho, o rei Herodes, então casado com a mulher de seu
irmão, a rainha Herodíade (ou Herodias), pede uma dança à
sua enteada, prometendo dar-lhe qualquer coisa em troca.
Herodíade convence a filha que peça a cabeça de João
Batista. Vale lembrar que o nome Salomé não aparece no novo
testamento. A jovem princesa é apenas mencionada como a
filha de Herodíade, enteada de Herodes. É através dos
escritos do historiador judeu Flávio Josefo (Flavius
Jusephus – Antiguidades Judaicas, livro 18) que o nome
Salomé vem a ser registrado na história
Sobre o autor:
OSCAR FINGAL O’FLAHERTIE WILLS WILDE – (1854-1900)
Nasceu em Dublin – Irlanda, e muito chamou atenção em solo
inglês desde seus tempos de estudante em Oxford, não só por
sua excelência nos estudos, mas por sua extravagância, senso
de humor e uma refinada visão estética. É até hoje um dos
autores mais lidos em língua inglesa. Escreveu poemas,
contos, peças que o tornaram célebre, ensaios, além de seu
único romance e escrito mais famoso: “O Retrato de Dorian
Gray”. Conquistou grande prestígio da sociedade londrina do
final do século XIX até ser processado sob acusação de
homossexualismo pelo pai de seu amante Alfred Douglas – o
Bosie – sendo condenado, em 1894, a dois anos de trabalhos
forçados na prisão de Reading. Aí escreveu um de seus livros
mais importantes: De Profundis. Após perder todos os seus
bens e direitos, deixa definitivamente a Inglaterra passando
a usar o nome de Sebastian Melmoth. Reencontra-se com Bosie
na Itália para logo ter mais um rompimento com seu amante.
Passou seus últimos e penosos anos de vida em Paris, onde
falece de meningoencefalite aos 46 anos. Seus restos mortais
são transferidos ao Père-Lachaise em 1909 e o tumulo recebe
um monumento do escultor Jacob Epstein em 1912 tornando-se
um dos túmulos mais visitados do local. Em 2011, para que o
túmulo não chegasse a um estado irreparável de degradação
pela quantidade de marcas de batom dos beijos que lhe foram
dados ao longo dos anos, é colocada uma redoma de vidro ao
redor da escultura.
Ah! Beijei tua boca, Iokanaan, beijei tua boca. Senti um
gosto amargo nos teus lábios. Era gosto de sangue?... Talvez
seja esse o gosto do amor. Dizem que o amor tem um sabor
amargo... Mas, que importa? Que importa? Beijei tua boca,
Iokanaan, beijei tua boca.
OSCAR WILDE: Aquele cujo túmulo hoje é envolto em vidro no
cemitério Père-Lachaise para evitar que seus admiradores o
cubram de beijos é símbolo daqueles que se perdem por amor
até as últimas consequências, tal qual as palavras de sua
extravagante peça Salomé.
Sobre o ilustrador:
AUBREY VINCENT BEARDSLEY (1872-1898) Foi um importante
ilustrador e escritor inglês. Suas pinturas em preto e
branco influenciadas pela Poster Art e xilogravuras
japonesas eram capazes de criar atmosferas grotescas,
decadentes e ao mesmo tempo eróticas. Seu trabalho é
considerado influenciador do movimento decadentista e da Art
Nouveau. Foi um dos criadores de revista The Yellow Book
(1894-1897). Nos anos 1970, reaparece como uma influência
não só nas artes visuais, mas na música, por nomes como
Sèrge Gainsbourg e a banda Humble Pie, que lhe rendeu uma
homenagem na capa de seu famoso disco homônomo, conhecido
também como The Beardsley album.
Sobre o tradutor:
JUANN ACOSTA – Professor, tradutor e músico nascido em Porto
Alegre em 1982. Formado em Letras com especialização em
Tradução e Tecnologia. Mestre e Doutorando em Tradução pela
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Atualmente
pesquisa a tradução poética de Oscar Wilde e poesia
traduzida em audiovisual no canal “Outras Rimas”.
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